Robinho foi preso na noite da última quinta-feira, em Santos, após sua condenação por estupro ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça e o pedido de habeas corpus de seu advogado ser negado pelo Supremo Tribunal Federal. O ex-jogador foi conduzido para o complexo penitenciário de Tremembé, onde cumprem pena autores de crimes que tiveram grande repercussão no Brasil.
Condenado a nove anos de prisão, Robinho cumprirá pena na Penitenciária II do complexo de Tremembé. No presídio também estão nomes como Cristian Cravinhos, Alexandre Nardoni, Lindenberg, Gil Rugai, Roger Abdelmassih, entre outros autores de delitos que acabaram chocando o Brasil.
A realidade da Penitenciária II de Tremembé é completamente diferente da grande maioria das cadeias do País. Nela, sobram vagas para detentos. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária, a prisão, conhecida como P2, tem capacidade para 584 detentos, mas atualmente conta com 434, tendo uma ocupação de 74%.
A P2 funciona como uma espécie de “cadeia modelo”. Além de não haver superlotação nas celas, na penitenciária os detentos podem, inclusive, trabalhar com a fabricação de alguns utensílios, como carteiras para escolas estaduais.
No complexo penitenciário de Tremembé há outras unidades prisionais, cuja ocupação extrapola o limite máximo de detentos. Por isso, a P2 é popularmente chamada como “cadeia VIP” ou “cadeia dos famosos”.
Entenda o “caso Robinho”
Robinho foi condenado pela nona sessão da corte de Milão a nove anos de prisão em 2017 por estupro coletivo de uma jovem albanesa, cometido em janeiro de 2013, na boate Sio Café, quando o ex-jogador atuava pelo Milan.
Além de Robinho, Ricardo Falco também foi condenado em última instância aos mesmos nove anos de prisão, mas já havia deixado a Itália na época do julgamento e não pôde ser preso no Brasil. A Justiça italiana solicitou a extradição, negada, e agora pede para que ele cumpra a pena seu país.
Fabio Cassis Galan, Clayton Florêncio dos Santos, Alexsandro da Silva e Rudney Gomes, outros quatro amigos de Robinho, também foram denunciados, mas, como eles não estavam na Itália durante as investigações, não foram processados.
Não foi encontrado DNA de Robinho após exames realizados na vítima, mas o ex-atacante admitiu que houve relação sexual com ela, sem outros envolvidos, de maneira consensual. A perícia, entretanto, identificou a presença de sêmen de Ricardo Falco nas roupas da mulher albanesa.
Em 2020, Robinho chegou a ser contratado pelo Santos, mas devido à forte repercussão do caso, seu vínculo acabou sendo suspenso pelo clube. No mesmo ano, o ge teve acesso de áudios do ex-atleta e seus amigos fazendo pouco caso da vítima. A divulgação dos arquivos, inclusive, foram determinantes para que o Peixe rompesse com o ex-jogador de 40 anos.
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Recentemente, o ex-jogador concedeu entrevista à Record TV e jurou inocência. Ele voltou atrás e alegou não ter tido relações sexuais com a mulher, contradizendo o que foi dito por ele mesmo nas escutas policiais que foram colocadas em seu carro. Ele chegou a falar em racismo e disse que, se o caso fosse com um branco ou italiano, teria prosseguido de outra maneira.