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Da Vila à Austrália: torcedores superam fuso e empurram o Santos do outro lado do mundo

Da Vila à Austrália: torcedores superam fuso e empurram o Santos do outro lado do mundo: "Paixão fica"

BBB 24

Por Galera Esportiva

Atualizado: 05/04/2024 às 07:25

Recife, PE

Da Vila à Austrália: torcedores superam fuso e empurram o Santos do outro lado do mundo: "Paixão fica"

O lema “com o Santos onde e como ele estiver” se encaixa perfeitamente na vida de dois brasileiros que vivem na Austrália. Fanáticos pelo Peixe, Ronaldo Silva e Rafael Campos se desdobram para conseguir acompanhar os jogos do time do outro lado do mundo.

Ambos fazem parte da torcida Santos Austrália, um movimento que reúne santistas que vivem no país. Ronaldo está na Oceania desde 2017 e não pensou em outra coisa quando deixou o litoral paulista. Na época, o grupo ainda era pequenos, mas foi crescendo ao longo do tempo.

“Uma das primeiras coisas que eu perguntei foi onde que a gente veria o jogo do Santos. Tinha uma galera que se reunia, umas duas, três ou quatro pessoas. Assim foi indo. Nos reunimos em um pub para tomar uma cerveja e ver o jogo. O horário é ruim, é difícil. Mas a gente sente o gostinho de torcer junto. A gente não pode ir nos estádio, então isso impulsionou a gente para ter a Santos Austrália. Eu sou nascido em Santos. Achei curioso chegar aqui e conhecer santistas do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Ai você vai se unindo, fazendo amizade…A gente deixa a chama acesa.

Um dos grandes desafios dos alvinegros que residem na Austrália é o fuso horário. São 13 horas a mais em relação ao horário de Brasília.

“O horário é o principal adversário. O horário é extremo. Se o jogo cai em um domingo, aqui é segunda-feira e você tem que trabalhar, não tem o que fazer. Aí você fica no celular, vai no banheiro para assistir… Mas dependendo do lugar as pessoas entendem”, contou Ronaldo, que já articulou um plano para ver o jogo de volta da final do Campeonato Paulista, contra o Palmeiras.

“Para essa final consegui pegar folga no trabalho para ver o jogo, se não metia um atestado também (risos). Mas é nessa base, tem que dar sorte para ser um jogo no sábado. Sempre vai ser horário extremo. É puxado”, comentou.

Com 23 anos, Rafael se mudou para o outro lado do mundo no começo de 2024 e também falou sobre a disparidade de horários. Ele revelou que está se surpreendendo com a sua disposição para assistir aos jogos do Santos.

“Desde o primeiro jogo do Santos que eu peguei aqui na Austrália, era umas 7 horas e parecia que meu corpo acordava de forma automática. Eu acordava uma hora antes e com muita energia, parecia que eu estava indo para um jogo. É totalmente diferente de acordar para trabalhar. Para trabalhar, todo mundo reclama que vai acordar cedo, agora para ver a final estava todo mundo junto às 6h30, pensando no churrasco e em tomar uma cerveja (risos)”, disse.

“É algo que vem de dentro. Teve um jogo que foi de manhã no Brasil, meia-noite aqui na Austrália, e parecia que eu estava no calor do jogo, perdi o sono e só fui dormir de madrugada. Me assustei, meu corpo não é assim, acordei a milhão e zero reclamação”, completou.

Grupo de santistas se une para torcer pelo time do coração na Austrália (Foto: Arquivo pessoal)

Os dois estarão juntos para assistir à final do Paulistão, marcada para este domingo, às 18 horas (de Brasília), no Allianz Parque. O Peixe venceu a ida por 1 a 0, na Vila Belmiro. A vantagem deixou os santistas empolgados e com esperança de encerrar um jejum de oito anos.

“É a única final que temos no ano. Por isso eu faço questão de parar e assistir. Eu estou bem satisfeito. Acho que o time reagiu antes do esperado. Os últimos anos foram feios, desde a Libertadores de 2020. Desde então parece que acabou a vontade, acabou tudo. Mas o time reagiu bem agora. Estamos empolgados e cientes que só foi o primeiro jogo. Sabemos que vai ser mais difícil esse segundo jogo. De novo eles estão no nosso caminho”, declarou Ronaldo.

“Fico feliz que o time voltou a competir. É possível. Vamos acreditar. Vamos nos reunir e fazer um churrasco. Na Libertadores, colocamos quase 200 pessoas dentro de um pub. É muita gente. Eu consegui ver isso. Tudo bem que perdemos, mas é incrível ver que o pessoal está longe, mas a paixão fica, leva a com a gente”, ampliou.

“Foi muito estranho na semifinal o que eu senti quando o árbitro acabou o jogo. Foi um alívio de tudo que passamos ano passado. Eu raramente choro por futebol, mas parece que descarregou muita coisa do meu corpo. Eu chorei. O torcedor santista merece esse título, merece voltar a sorrir. Temos que comemorar. Essa atuação é o que a torcida merece, por tudo que passamos nos últimos anos com jogadores e política. Estamos muito empolgados. Estávamos em 15 pessoas na ida e esperamos mais na volta”, acrescentou Rafael.

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